segunda-feira, 29 de junho de 2009

A TÁBUA HARMÔNICA



Tábuas harmônicas são feitas, normalmente, de Abeto (Pinheiro) de 1cm de espessura, que dá a quantidade ideal de vibração desejada. Madeiras mais moles absorvem as vibrações, enquanto as mais duras vibram demais, o Abeto tem a densidade, peso e textura ideais para a função de "alma do piano", ela é a responsável pelo volume e timbre do instrumento e a madeira deve ser seca por muitos anos antes de ser cortada e usada em um piano. Algumas fábricas, as melhores como a Steinway&Sons de Hamburgo, Alemanha, tem enormes quantidades de madeira estocada, e para usá-las, chegam a passar ás vezes mais de 50 anos esquecidas ate que estejam secas o suficiente. Em compensação, já vi fábricas de fundo de quintal usarem compensado como tábua harmônica.


Para ser feita, são cortadas fatias de cerca de 15 cm cada, e coladas uma às outras até obter o tamanho desejado, então a tábua é cortada e aplainada na expessura desejada.


A Tábua depois de pronta é forçada a adquirir uma certa curvatura, conhecida como crown, que ajuda a resistir à pressão que será exercida pelas cordas, e fazer uma melhor resposta às vibrações destas.


A Steinway tem a patente da chamada diaphragmatic soundboard, que possui 6.5mm de espessura em suas bordas e 1cm aproximadamente no seu centro.


Quando essa madeira é exposta a extremos de umidade e secura durante anos, tende a rachar, perdendo então parte de sua qualidade e dividindo a Tábua em partes. Para diminuir esse problema, são coladas e aparafusadas tiras de madeira, chamadas de harmonic trap, em sua tranversal.


Os cavaletes ou bridges são feitos de madeira dura, colado e aparafusado na tábua harmônica com a função de pressionar, através das cordas do Piano, a Tábua para que esta vibre adequadamente. a quantidade de pressão feita pelos cavaletes, ou pontes, é chamada de down bearing, e se for pequena, causa uma sustentação maior do som, mas uma qualidade pobre, e se for muito forte dá-se o efeito contrario com um volume de som muito alto, parecendo uma gravação clipada, onde o volume de som passa dos limites em que se pode reproduzir.


Normalmente os pianos modernos tem dois cavaletes: um para os graves e outro para os medios e agudos.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Construção de um Piano




Partes básicas:



A Estrutura de um piano é , geralmente, feita de carvalho, ou de combinações com outros tipos de madeiras, ferro e barras de aço.

Sua estrutura pode ser vista na parte de trás de uma piano de armário ou na parte de baixo de um piano de cauda, e ela ajuda a suportar as varias toneladas de tensão de suas cordas de aço.


A Tábua Harmônica é uma larga madeira, feita de pinho de riga, e cortada em forma de diafragma (mais estreita nos cantos), e ela é pressionada pelas cordas, através dos cavaletes, forçando-a a vibrar junto com elas, aumentando assim o volume de som do piano.

Ela é colada à sua estrutura pelos cantos, deixando a parte central livre para vibrar. Tiras ou ripas de madeira são coladas por baixo da tábua harmônica, adicionando força e ajudando a sustentar a pressão.



Montado acima da Tábua Harmônica no piano vertical e na frente dela no piano de cauda esta o Cepo (Pinblock). Esta é uma das mais misteriosas partes do piano, porque normalmente esta escondida inteiramente ou parcialmente no instrumento. É feita de diversas fatias de madeira dura e então cortadas em várias posições em relação ao seu veio da madeira, então é colada, presada, cortada e furada, onde mais tarde vão ser colocadas sob pressão, as cravelhas do piano, as quais sustentarão a afinação deste o mais precisamente possível.

Finalmente a Chapa de Aço, é a estrutura que "pesa" o piano, fundida num molde patenteado pelas empresas de pianos, é feita de varias ligas de aço, ferro e outros minérios que dão a ela o peso e a resistência características. Cada corda é fixada na cravelha, que por sua vez é presa no cepo, dali ela passa por baixo de uma barra guia de aço, na chapa, passa pelos cavaletes da tábua harmônica (onde pressiona a tábua e amplifica o som), indo terminar cada uma em um pino de aço fortemente fixado na chapa, onde se dá um nó especial para evitar que ela se alargue ou solte ao ser esticada ao máximo. Em alguns pianos essa mesma corda pode não ser fixa nesses pinos, mas fazer o retorno pelo caminho ao lado, passando de volta pelo cavalete, pela barra guia e terminando novamente à cravelha adjacente à que a corda originalemente saiu.

Videos de Fernando Lopes

Ao invés de colocar todos os videos com meu pai tocando aqui no meu blog, resolvi linkar o blog com os videos no youtube....assim fica mais facil de achá-los....eles estõ aqui do lado esquerdo. Ou ainda acessar o youtube e digitar na procura de novo video o meu login: pianolopes.
Abraços

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O PIANO - Uma breve história



O piano é um instrumento único, de nobreza inigualável. Considerado como um instrumento de percussão, ele ocupa no palco de uma orquestra sinfônica, o espaço próximo aos tímpanos, bumbos, pratos, normalmente ao fundo, junto aos intrumentos mais barulhentos. Apesar de possuir cordas de aço e cobre, ser todo ele feito basicamente em madeira, seu nobre timbre, característica do instrumento, é produzido a partir da percussão de 88 martelos de feltro em suas 210 cordas. Por isso o piano é catalogado como um instrumento de percussão.

O primeiro instrumento, do qual veio mais tarde se aperfeiçoar e a se transformar no que hoje conhecemos como o piano moderno, foi desenvolvido, primeiramente, por um italiano, em 1726, Bartolomeo Cristofori (1655-1731), que o nomeou na época: pianoforte, devido a sua capacidade de expressar diferentes níveis de volume, dos mais fracos aos mais forte (daí piano-forte), o que revolucionou a historia dos instrumentos de teclado na época, os cravos, que apesar de sua aparência externa semelhante ao piano, não podem ser tocados pelo instrumentista com alterações no volume ou na duração de suas notas. Qualquer acorde ou nota tocada num cravo tem sempre igual duração e volume se som, independente da força que lhe é aplicada, pois suas cordas são "beliscadas" por uma palheta, como num violão.

A historia do piano se divide em três períodos: 1720-1850, 1850-1900 e 1900 até os dias de hoje, respectivamente conhecidos como período antigo, vitoriano e moderno.
No período vitoriano, o instrumento começou a desenvolver um certo padrão em sua concepção, tendo algumas partes em comum entre eles e sendo produzidos em massa. Foram então catalogados em três tipos diferentes: os pianos verticais, os de caudas quadradas e os de cauda inteira.


Atualmente existem apenas os caudas e os verticais, os quadrados (square grands) foram abolidos com o tempo devido ao pouco aproveitamento do espaço físico. As cordas eram colocadas paralelamente, chamados por isso de corda-reta. E devido ao desenvolvimente dos pianos com as cordas cruzadas, onde fisicamente existe um aproveitamento melhor do espaço útil, cruzando as cordas graves sobre as agudas, lhe dá uma notável melhora em sua qualidade sonora, aproveitando melhor o espaço em sua tábua harmônica (chamada de "alma" do piano).

Os pianos vitorianos hoje em dia são valorizados apenas pela sua aparência e devido a sua historia, nunca pela sua qualidade de som. Como, por exemplo, o que esta exposto na Casa Branca em Washington, de numero 100.000, um presente dado pela Steinway&Sons ao Presidente Theodore Roosevelt em 1903.
Os pianos modernos, a partir de 1900, tiveram suas peças condicionadas a um padrão de fabricação e qualidade, algumas fábricas ainda tentaram inovar, mudando o design de seu mecanismo, mas como não tiveram bons resultados, posteriormente foram perdendo lugar no mercado. A partir do seculo XX restaram então, sendo fabricados comercialmente, apenas os pianos de cauda e os verticais.

Entre os verticais, existem ainda três sub-categorias: as espinetas (99cm), com seu mecanismo abaixo do teclado, sendo então os menores em tamanho; os pianos de estúdio (99 a 130cm), com o mecanismo no mesmo nível do teclado; e os modernos verticais (acima de 130cm), com a mecânica já acima do teclado.

E nos caudas, criaram-se diversas nominações, dependendo da fábrica, do tamanho, estilo ou do país que os criou e patenteou, como por exemplo: baby grand (1/4 ), living room grand, professional grand (1/2), drawing grand, music grand, half concert grand ou semi-concert (3/4) e o concert grand ou piano de concerto, piano orquestral (1/1) ou ainda de cauda inteira.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Finalmente no mundo virtual....

Estou finalmente aderindo ao mundo virtual para divulgar meu trabalho, pois tenho visto recentemente, através de uma comunidade que criei no orkut "afinadores de pianos", que existem muitas pessoa interessadas nessa estranha e rara arte de afinar, reformar, regular, transportar, desmontar, tocar, limpar, ou seja, em tudo que se relacione ao Piano, diretamente.
Criei a comunidade sem o intuito de ter muitos usuários fazendo parte dela, na verdade, criei como uma curiosidade e ate como uma gozação depois de ver um episódio de Os Simpsons, na qual os professores da escola primaria entram em greve, fazendo passeatas, e eles têm um sindicato que os apoiam: o sindicato dos afinadores de pianos, onde corta a cena e mostra um velhinho apoiado numa caminhonete, sozinho, segurando uma placa: "estamos em greve".
A comunidade "afinadores de pianos" do orkut hoje tem cerca de 300 participantes, na maioria curiosos e admiradores da profissão ou do instrumento, de técnico em pianos mesmo existem, se não me engano, eu e mais dois, um deles coloquei como co-proprietário.
E nos Fóruns dela eu tive a oportunidade de participar de diversas discussões, desde como limpar um piano até algumas acusações trocadas entre fabricas, o que poderia ter gerado muitas complicações caso fossem divulgadas....mas no geral deu pra perceber como faltam informações aqui no Brasil a respeito da profissão, o que gera muitos mal entendidos e frequentemente muitos pianos indo parar na UTI ou mesmo virando fogueira de são joão.
Assim, estou agora, inaugurando este Blog para ir aos poucos esclarecendo, tirando duvidas e divulgando meu trabalho, que é tão respeitado e admirado pela sociedade (infelizmente nem tanto pelos governos e empresários).

AFINAÇÃO DE PIANOS